terça-feira, 11 de maio de 2010

Locais de Interesse (ou "Maravilhas da Aldeia")

Na nossa terra, há locais com interesse, seja para visitar ou recordar, não só pelos mais velhos, mas também pelos mais jovens, que talvez nem saibam onde se encontram alguns...

Ora então vejam lá as "maravilhas da aldeia" que seleccionei, algumas já bem antigas. Conhecem-nas? Sempre que possam, visitem, apreciem e estimem-nas. Com estas dicas, não há desculpas!...

O Largo P.e José Alves Júnior (ou 'Largo da Fonte'):

É o centro da aldeia, o único local onde, durante mais de 40 anos, se ia buscar água e onde os animais bebiam, com um bonito bebedouro. Embora a água possa já não ser própria para beber (por não ser controlada), serve para outros fins... Este é o local onde mais se junta(va)m as pessoas, para conversar ou conviver (dançar, jogar, etc.) e onde se fazem(iam) as fogueiras de Natal e S. João, bem como os magustos, etc...

O seu nome serve de homenagem ao ilustre Padre José Alves Júnior, natural da nossa aldeia, nascido em 1928 e falecido em 1997.

Vista geral do Largo.


Busto do P.e José Alves.




O bebedouro, já sem água. Note os azulejos do fundo.

N. Sra. de Fátima:

A imagem da Nossa Senhora de Fátima está colocada na parede da casa da família do Ti Germano/Ti Carma. Sempre muito bem arranjada e ornada de flores, é o local predilecto/eleito para as rezas do terço e novenas da aldeia.

 
Santa Teresinha:

É o outro local de culto da aldeia, visitado por transeuntes forasteiros, que param, rezam e doam muitas vezes a sua esmola... Como a anterior, está sempre bem cuidada. Era (É) costume a lanterna pendurada ser acesa de noite (usando-se azeite)...


  
A Fonte Velha:

Era onde se ia, antigamente, buscar a maior parte da água potável consumida nas casas da aldeia. Era, também usada para lavar a roupa, no Verão, quando escasseava a água do ribeiro que passa na aldeia e da ribeira de Mesão Frio.

Antes da sua existência, a água para beber provinha quase sempre da Corga, de uma outra fonte da qual ainda me lembro, mas no local já não há vestígios. Depois de 1960, com a construção da mina e da nova fonte (no Largo), foi gradualmente abandonada.



O Moinho de Água:

Ao fundo da "Corga de Frade" (ou na "Varja Videira"), lá está ele, sozinho! Embora já não seja usado para moer, está pronto para visita. As paredes e o telhado foram conservados há poucos anos... A levada, que transporta a água desde o açude a norte, está já muito danificada. É preciso não deixar apodrecer a porta! Cuidado, ao entrarem nele: às vezes, passeiam-se por lá uns pequenos répteis (osgas). E aranhas nem se fala...


A Ponte 'do tipo romano':

A escassas dezenas de metros da Fonte Velha e do Moinho de Água, é o ponto de passagem para estes, sobre o ribeiro, que por vezes tende a transbordar na época de chuvas. Apesar de já ser bem velhinha, encontra-se em razoável estado de conservação, pois foi construída segundo as técnicas dos romanos - arco redondo em pedra...
             



A Mina:

Foi construída cerca de 1960, resultando num bom melhoramento, na altura, fornecendo a água potável para consumo das pessoas e animais. A nascente era boa, pois a mina tem/tinha cerca de cem metros de comprimento, captando água dos lençóis por baixo do cabeço, em direção ao Vale Torno (ou Valtorno). Apenas me lembro de ter faltado a água uma única vez, na década de 70, e apenas por breves horas, ao final dum dia em que havia uma série de casas em obras e o consumo de água foi exagerado! Mas, na manhã seguinte, já corria de novo em quantidade suficiente... 

Começou por abastecer uma única torneira (no Largo da Fonte, atualmente Largo Padre José Alves Junior), mas depois foi adicionada outra torneira, junto à estrada (e 'forno de cima'), mantendo-se até cerca do ano 2005 (a confirmar), altura em que a água passou a vir da Barragem das Corgas (descendo ao longo da estrada, passando pelos Caniçais) e chegar a cada casa, com contador individual.



A Eira:

Antigamente era aqui que lhe malhavam os cereais, e mais tarde debulhavam com auxilio de máquinas: trigo, centeio, cevada, e por vezes milho. Havia alguns palheiros dos quais só há vestígios, a sul. As medas e os montes de palha eram característicos da sua paisagem. Presentemente, apenas resta parte da parede lateral e o adro. - (Ver também o artigo "À eira, colmo!", de 27jan2010)


Agora, de vez em quando, a eira até serve de estacionamento!

Os Fornos do Pão:

Nos fornos da aldeia, tradicionalmente faziam-se o pão, os bolos para as festas e, mais raramente, os assados (em tabuleiros ou simplesmente, sobre o 'lar' quente, batatas e cebolas...). Havia grande entendimento e união entre as famílias, pelo que, quase todos os dias, os únicos dois fornos existentes eram usados, de forma concertada, sem qualquer conflito.
    
Os tempos mudaram e, hoje, quase todas as famílias têm o seu próprio forno... As fotos abaixo são exemplos disso. Descubram a que fornos pertencem!...

     (Espero brevemente explanar mais este assunto, em tema próprio, a não ser que algum de vós se antecipe... - pois continuo à espera de contributos sobre qualquer assunto relativo à nossa aldeia.)





O último forno e o respetivo pão são da Alice. Até faz crescer água na boca!

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(Última revisão/actualização, em 08jan2012)