Nem a propósito! Como que respondendo ao meu pedido de contributos, aqui vai um texto do António Alves, que espelha a situação da aldeia...
Copiei do Facebook e agradeço-lhe...
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"Vale da Carreira…
Portas e janelas cerradas na solidão de quase não existir vida,
ruas desertas da minha infância quase nuas de paisagem.
Casas afogadas de memórias, com saudades de já não haver domingos.
Não se ouvem vozes de crianças a cirandar pelas ruas quase desertas,
até os pássaros deixaram de ter música.
Nas paredes algumas inscrições ainda recordam nomes de antepassados.
As mães já não geram filhos, os pais estão na velhice, gastos, cansados.
Existe uma paz abandonada, uma tristeza que chora e dói de saudade.
Abro os braços e respiro solidão, lembranças de muitos ontens.
Por entre pedras nuas caminho debaixo dum sol que frita os ossos.
Que me importa este silêncio se até o chão e o vazio falam comigo?
António Alves
28/09/2016
Foto - António Alves."