sábado, 24 de novembro de 2018

Um poço, um algeirós de pedra, uma roseira...

Mais um belo texto/poema do nosso Valecarreirense António Alves, retirado do Facebook: Vejo nele imagens da nossa aldeia, muito bem retratadas pela sua sensibilidade poética. E vocês? Leiam e deliciem-se...
Obrigado, António!


Tudo, incessantemente tudo, até as memórias
desenhadas, redesenhadas, percorrem a nudez
do chão raso de poeira, desnudado de rosas,
terra magra e enxuta dos que já partiram, dos
poucos que ainda estão, canto ritmado de cigarras
e grilos – sentado nos varais duma carroça vejo
tempos em que tudo fervilhava…

Um poço, um algeirós de pedra, uma roseira...

Entre duas leiras abandonadas o que foi um muro,
um amontoado de silvas e tábuas velhas, o que
resta duma picota – um poço vazio, no fundo
partes dum fogão, um vime a querer sobreviver…

Um poço, um algeirós de pedra, uma roseira…

Uma roseira, mais velha que o tempo, que sobreviveu
às intempéries e ao abandono, jovem e bela
aos meus olhos, perfumada, filha da terra,
mãe de muitos amores – quantas casas e quantas mesas
terá encantado antes de ser um pouco minha,
antes de fazer parte, de ser a rainha do meu jardim?…

Um poço, um algeirós de pedra, uma roseira…

E eu aqui, a roseira e rosas – únicas, perenes no
meu encantamento, no amor à terra onde nasci,
e a ti…

António Alves
21/06/2017

domingo, 14 de outubro de 2018

No rescaldo de Leslie: Depois da tempestade, a bonança...

Hoje, 14out2018, é domingo, um dia calmo e sereno! Dia de bonança, que se segue a um dia muito atípico, agitado, de autêntica tempestade!

O Furacão Leslie, que desde 23 de setembro vagueava entre a Bermuda e os Açores (fig. 1), cerca do dia 9 ou 10out (fig. 2), ganhou intensidade e começou a tomar um rumo mais certo, na direcção ENE (es-nordeste), ameaçando atingir território português. Felizmente, de 12 para 13out, passou bastante a Sul dos Açores, depois aproximou-se do Arquipélago da Madeira, na manhã do dia 13, passando um pouco mais longe do que era esperado, cerca de 300 km a Norte. Mesmo assim, provocou ainda algum vento e ondulação - (fig. 3 e 4).

A sua velocidade ia aumentando e, apesar de se mover sobre águas mais frias, não se dirigia para a zona das Ilhas Canárias, antes continuava mais na direcção NE (nordeste), de tal modo que ao final do dia 13 atingiu a costa do Continente português, já como tempestade tropical, embora com ventos ainda característicos de furacão cat. 1 - (fig. 13).

Quase todos os cenários apontavam, de início, para que atingisse com intensidade a Madeira e se dissipasse na zona das Ilhas Canárias... Mas o seu trajecto, numa área não comum para estes ciclones, foi sendo sucessivamente revisto, cada vez se deslocando mais para o Norte do país, desde o Algarve até à zona de Lisboa, depois entre Peniche e Figueira da Foz (fig. 5 a 8)...

Acabou por entrar em terra na zona da Figueira da Foz, entre as 22 e as 23h. Aí, bem como na margem esquerda do Rio Mondego e Soure, provocou os maiores estragos (fig. 9 a 12).

Nas horas seguintes  foi perdendo actividade, mas deixando ainda vestígios nos distritos de Coimbra, Viseu, Vila Real e Bragança... De um modo geral, todo o litoral desde a foz do Tejo até  Aveiro acabou por ser afectado!

Na fig. 14, apresenta-se o trajecto completo deste furacão, que esteve activo durante 21 dias, um dos mais duradouros e erráticos de sempre. (O Furacão John, no Pacífico, em ago/set 1994, durou 31 dias, o máximo atingido conhecido!)...

Em 1998, 2005 e 2017, Portugal Continental tinha já sofrido com ciclones topicais. Os Açores têm sido sempre mais sujeitos a estes acontecimentos: nos últimos 45 anos, foram assolados ou ameaçados cerca de 35 vezes! - (Veja, na barra lateral deste blogue: Portugal e os Ciclones Tropicais). Tal como o Continente, também a Madeira muito raramente é afectada. Parece que o foi, e severamente destruída, no longínquo ano de 1842. Ao que parece, esse evento ainda atingiu o Algarve. - (Note-se que o muito falado Ciclone de fev/1941 não tinha as características de ciclone tropical, mas sim de uma intensa depressão das latitudes médias).

Aparentemente, estamos cada vez mais a ser atingidos por estas calamidades! Efeitos das alterações climáticas???

Acrescentado, em 16out: as fig. 15 e 16 apresentam, respectivamente, o vento máximo (rajadas) e a precipitação total do dia 13out (nas estações automáticas da rede do Instituto Português do Mar e da Atmosfera  - IPMA - do seu site). Os ventos foram bem significativos nas zonas próximas do centro da tempestade/depressão, tendo-se, na Figueira da Foz, atingido o máximo alguma vez registado em Portugal Continental (rajada de 176,4 km/h). Em Aveiro, Coimbra e Caramulo, foram registadas rajadas de 120 km/h, 122 km/h e 140 km/h, respectivamente. Já a precipitação foi bastante inferior ao esperado...

Fig. 1

Fig. 2

Fig. 3 - O furacão Leslie a N da Madeira

Fig. 4 - Ondas enormes na costa Norte da Madeira

Fig. 5

Fig. 6

Fig. 7

Fig. 8

Fig. 9

Fig. 10

Fig. 11

Fig. 12

Fig. 13 - Imagem de radar meteo., cerca de 40 min. antes de atingir terra

Fig. 14 - Trajecto total do Furacão Leslie

Fig. 15 - Vento máximo (rajada)

Fig.16 - Precipitação total

Nota: imagens ou fotos obtidas do IPMA, Correio da Manhã, Diário de Notícias, TVI,  NOAA, Wunderground.com, Facebook. - (Para melhor definição, clique nas imagens)

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Valecarreirenses familiares, emigrantes e amigos que nos visitaram neste verão...

Mesmo correndo o risco de não mencionar todos, aqui lembro os Valecarreirenses, familiares, amigos, que vivem ou trabalham noutros países e que estiveram entre nós, neste verão. Reconhece-os nestas fotos?

Do Brasil (António, José Luís e Marcelo Dias) e de Espanha (João Pedro Cruz e Aixa):


Da Suíça (Ana Alves e família):



Do Brasil (Raúl Alves Sonso e familiares):

Aqui com "a camiseta com foto do Vale da Carreira":

Fernanda e Márcia, com a Tia Lurdes:

Em família:





Da Holanda (Fernando Dias). Aqui com filhos:

Do Brasil (Jozélia Alves Dias):


Do Brasil (Maria Medeiros) com o companheiro, Tobias Delgado:


Do Brasil (Rosa Maria Dias e filho Samuel Carneiro):

Indo para o Serimógão e, depois, visitando a casa onde a prima Rosa nasceu e morou, em pequena, antes de emigrar, há quase 60 anos (casa completamente diferente da original):


Muito mais haveria a dizer e outras fotos poderiam ser aqui colocadas. No essencial, tenta-se evidenciar a alegria de voltar/visitar a "terrinha", recordar vivências passadas, e conviver com os familiares e amigos, em alegria e quase sempre com emoção...

Em nome de todos, os nossos agradecimentos pelas vossas visitas. Muito obrigado a todos!
Voltem sempre!

Nota - próximos convívios conhecidos: Família Mendes (01jun2019); Convívio/Festa do São João (26 e 27jun2021)... A publicitar nas Pág. 2, 3, 6, 10 e/ou 13 deste blogue, nas devidas alturas.  Aguardem!

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Acabou o Convívio/Festa de 2018! Obrigado a todos!

Obrigado a todos os convivas que nos honraram com a sua presença, nos dias 23 e/ou 24jun, no Convívio/Festa do São João...
E a todas as pessoas e Entidades que, de qualquer forma, nos apoiaram, ficamos muito gratos.

T-shirt do Raul Alves Sonso, alusiva ao evento.

Veja fotos e descrição na Página 2, além do Facebook, (evento "Convívio do São João" e cronologias de vários Valecarreirenses)...

O próximo está previsto para 26 e 27 de junho de 2021. - (Mais informação na Pág. 13, que estará activa ao aproximar-se o evento...)

O Presidente da Direcção da LAVRAR,
José Luís Dias (Zé Luís)

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Regras de convivência...

Estas regras nem necessitam de comentários, pois são tão evidentes. Eis algumas: