Dormir a sesta toda a gente sabe o que é. Mas esse hábito de "passar pelas brasas", depois do almoço, era antigamente muito mais frequente do que agora.
Na nossa aldeia (e em toda a região, aliás como acontece no interior de quase toda a Península Ibérica e mesmo em muitos outros países), era quase um ritual sagrado: tinha de se dormir a sesta, depois do almoço, no período do verão. Servia tanto para recuperar de noites mal dormidas (devido ao calor sentido dentro de casa, pois não havia aparelhos de ar-condicionado ou ventoinhas, como agora), como pelo facto das pessoas se levantarem normalmente cedo (para trabalhar nas horas mais frescas). Por isso, as pessoas sentiam necessidade de dormir a sesta.
Não só os pais dormiam a sesta, mas também os filhos... Alguns chegavam a fugir de casa, sorrateiramente, e ir "para o pulo", em vez de descansar...
A sesta começava mal chegava o calor do Verão (às vezes logo em Maio, mas principalmente a partir do princípio de Junho). O final do período de sesta coincidia com a Feira de Setembro, na Sobreira Formosa (dia 8). Lembro-me do meu pai dizer muitas vezes que esse era o último dia de sesta, pois os nossos antepassados seguiam à risca essa tradição!
Antigamente, era hábito dormir-se/descansar-se durante 1 hora ou mais, depois do almoço. Há quem opine, hoje em dia, que a duração da sesta não deve exceder os 20/30 minutos. Mas é meu entender que isso apenas se aplica a quem não passa pelos rigores do verão, como acontece por estas bandas...
Para complemento deste assunto, recomendo que visite a ligação seguinte, em castelhano, com o título (traduzido) "A sesta, um prazer recomendado que pode ser contraproducente se se prolonga demasiado":
Depois de ler esse excerto, pode visitar também outras partes do artigo... (Se não as acha, use a ligação anterior e substitua apenas o número 4 por 1, 2 ou 3)
Agora, talvez concorde que é bom recuperar ou, pelo menos, não deixar acabar os bons hábitos, como este de dormir a sesta...
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