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quinta-feira, 12 de maio de 2022

Poema do António Joaquim Alves

Mais um belo poema alusivo à situação actual da nossa aldeia, cada vez mais deserta...

Agradeço ao António ter-me permitido publicar a matéria.

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"Desenho espaços cósmicos
onde em tardes de primavera
só giestas, estevas, moitas
são agora telas vivas
pintadas de amarelo, branco, lilás.

Personagens redundantes
em campos abandonados.

Recantos onde antes
gentes de todas as idades
preenchiam o tempo
com aquela sabedoria própria
de quem aprendeu fazendo.

Tempos  velhos quase esquecidos
casas vazias
que guardam memórias
dos que se foram
dos que partiram deste mundo.

Lugares onde agora
encontramos mortos ainda vivos
presos a trabalhos
há muito suspendidos.

António Alves
12/05/2022"


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