A pouca precipitação em Portugal Continental nos últimos meses deu origem a uma situação de seca meteorológica, que se vem arrastando ou agravando desde o Outono.
Leia o artigo do IPMA.
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A pouca precipitação em Portugal Continental nos últimos meses deu origem a uma situação de seca meteorológica, que se vem arrastando ou agravando desde o Outono.
Leia o artigo do IPMA.
A designação “ciclone tropical” refere-se a uma depressão (baixa pressão) que se forma em zona próxima dos trópicos, sobre os oceanos. Outras das suas características são: a pressão no centro pode atingir valores bastante baixos; abrange uma área relativamente pequena (por norma, em comparação com os típicos ciclones/depressões das outras latitudes); não tem frentes associadas, mas bandas espirais de nuvens em seu redor (se for englobado/absorvido por numa frente, perde as suas características); possui ventos muito fortes e destruidores (nas fases mais intensas é normalmente visível uma área central, de céu sem nuvens e vento fraco ou calmo, a que se chama “olho”)...
Quase todos os oceanos que ocupam zonas entre o Equador e os Trópicos têm condições para a formação de ciclones/tempestades tropicais, na época do ano em que a água do mar está mais quente (acima de 26/28 graus C.), o que produz uma enorme evaporação. Consoante a sua intensidade, de forma crescente, designam-se por: depressão tropical, tempestade tropical e furacão (categoria 1, 2, 3, 4 ou 5 – escala Saphir-Simpson). Noutras zonas, em vez de furacão recebem a designação de tufão.
Quanto aos que se formam na bacia do Atlântico Norte, são-lhes atribuídos nomes por ordem alfabética (A, B, C... W - durante uns anos, foi preciso recorrer ao alfabeto grego: alpha, beta gamma, delta, epsilon, zeta, eta, theta, iota, kappa - mas essa prática foi abandonada em 2021: agora há uma lista de nomes suplementares…), compreendendo nomes próprios de várias línguas, alternando entre masculino e feminino. As listas estão pré-estabelecidas e repetem-se de 6 em 6 anos, excepto se algum deles provocar muitas vítimas ou danos, pelo que é retirado e substituído por outro nome. Veja aqui:
(https://www.nhc.noaa.gov/aboutnames.shtml)
Por coincidência, os Açores foram atingidos, em 1991 e 1997, por tempestades tropicais com o mesmo nome - Erika - e, de novo, em 2006 e 2012, por furacões com o nome Gordon!
A pressão no centro dos ciclones tropicais desce, por vezes, abaixo de 900 hPa. Em cerca de uma dezena, desde que há registos, o valor chegou aos 880 hPa ou abaixo. No Atlântico, o record é de 882 hPa, no furacão Wilma, em2005. Mas crê-se que o record mundial é de 870 hPa, no tufão Tip, no Pacífico NE, em 1979…
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Veja mais aqui (copie e cole no seu browser): https://www.ipma.pt/pt/educativa/fenomenos.meteo/index.jsp?page=ciclone.tropical.xml>
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Ciclones tropicais que atingiram Portugal, desde 1973 (a grande maioria afecta(ou) os Açores, normalmente do final de Agosto a Novembro, mas há excepções, e alguns têm atingido também o Continente e a Madeira):
1973 – Fran (furacão de categoria 1), que afectou apenas o Grupo Ocidental dos Açores;
1976 – Anna (dissipou-se sobre os Açores); Emmy (atingiu os Açores, como furacão de cat. 1); Frances (tempestade tropical sobre os Açores);
1978 – Irma (temp. tropical, atingiu os Açores);
1980 – Ivan (dissipou-se sobre os Açores);
1981 – Jose e Gert (depr. tropicais nos Açores);
1985 – Claudette (temp. tropical sobre os Açores);
1987 – Cindy (temp. tropical sobre os Açores);
1990 – Edouard (tempestade tropical que passou 2 vezes sobre os Açores);
1991 – Bob (furacão de cat. 3, mas que se aproximou da costa portuguesa – entre Cabo da Roca e Cabo Mondego, onde se dissipou como depressão tropical; Claudette (furacão de cat. 4, atingiu os Açores como tempestade tropical); Erika (também atingiu os Açores – como tempestade/depressão tropical);
1992 – Charley e Bonnie (atingiram os Açores como tempestades tropicais, mas com uma diferença de apenas 3 dias!);
1995 – Tanya (furacão de cat. 1, atingiu os Açores como tempestade tropical);
1997 – Erika (furacão de cat. 3, mas atingiu os Açores como tempestade tropical);
1998 – Ivan (furacão de cat. 1 - atingiu os Açores); Jeanne (furacão de cat. 2, que atingiu os Açores e Portugal Continental como depressão e/ou tempestade tropical. Dissipou-se entre Lisboa e Madrid);
2003 – Ana (tempestade tropical, que atingiu os Açores);
2005 – Vince (furacão de cat. 1, mas atingiu o Algarve como depressão tropical); Delta (tempestade tropical) passou a sul da Madeira e passou a depressão extratropical, a caminho de Marrocos; tempestade sub-tropical n.º 19 - (Não chegou a ser-lhe atribuído nome, formou-se e dissipou-se na zona dos Açores);
2006 – Gordon (furacão de cat. 3, mas atingiu os Açores já como cat. 1);
2010 – Otto (passou próximo do Grupo Ocidental dos Açores, como tempestade tropical. Depois contornou as restantes ilhas, pelo norte, e dirigiu-se para a Madeira, como depressão tropical, onde se dissipou...);
2012 – Gordon (furacão de cat. 2, que atingiu os Açores como cat. 1, na madrugada de 20ago); Nadine (atingiu os Açores, de 19 a 22set e, de novo, a 04out, como tempestade tropical);
2013 – Melissa (tempestade tropical, em fase de dissipação, passou a cerca de 200 km a oeste e, depois, a norte dos Açores, em 21/22nov. Os seus efeitos sentiram-se principalmente no vento e ondulação);
2014 – Apenas 2 ameaças aos Açores (Laura e Omar)... Foi um ano em geral muito calmo no Atlântico Norte!;
2015 – 3 ciclones tropicais ameaçaram os Açores e o Continente, já em fase de dissipação ("remnants"): Claudette, Henri e Joaquin;
2016 – Embora seja extremamente raro para a época, a 15jan, os Açores foram atravessados pelo furacão Alex (cat. 1), que se deslocou de sul para norte, tendo o olho do furacão passado entre a Terceira e S. Miguel; Gaston (atingiu os Açores, como tempestade tropical, de 02 para 03set);
2017 – De 14 para 15out, o furacão Ophelia atingiu as ilhas mais orientais dos Açores, como categoria 3. Depois, deslocou-se para NE, entre os Açores e Portugal Continental, passou ao largo do Minho, em direcção à Irlanda... Tudo leva a crer que potenciou/incrementou os diversos incêndios que se verificavam no Norte e Centro de Portugal e na Galiza, pelo facto da sua aproximação ao NW da Península Ibérica ter aumentado os ventos, do quadrante Sul, quentes e secos...;
2018 – A depressão tropical Helene passou próximo do Grupo Ocidental dos Açores, de 15 para 16set; A tempestade tropical Leslie (ainda com ventos parecidos com os de furação de cat. 1) atingiu o Continente, com muitos estragos, especialmente de Peniche a Aveiro entre o final do dia 13 e a madrugada de 14out. Entrou em terra na zona da Figueira da Foz e continuou enfraquecendo, em direcção aos distritos de Viseu, Vila Real e Bragança... (ver art. de 14out2018);
2019 – O Furacão Lorenzo atingiu os Açores (de 01 para 02out), passando muito perto do Grupo Ocidental, entre cat. 2 e cat. 1, a enfraquecer e deslocando-se para NE...; a tempestade tropical Pablo ameaçou o Grupo Oriental (mas passou bastante ao largo de Santa Maria); A tempestade tropical Sebastien passou junto ao Grupo Ocidental dos Açores, de 24 para 25nov;
2020 – Em 18set, foi nomeada de tempestade subtropical Alpha a depressão que atingiu o Continente. Dissipou-se sobre os distritos de Leiria e Coimbra, durante a noite. Mas antes, foram registadas rajadas acima de 100 km/h em alguns locais; Na mesma altura, a tempestade pós-tropical Paulette atingiu o Grupo Ocidental dos Açores, mas já como depressão pós-tropical; A tempestade tropical Theta afectou a Madeira/P. Santo, entre 14 e 16nov, com o centro a passar muito próximo, a oeste e, depois, moveu-se para norte e entrou em dissipação...
2022 – Em set, a tempestade tropical Gaston atingiu os Grupos Ocidental e Central dos Açores...
2024 – O furacão Kirk, já transformado em depressão extratropical, passou a norte dos Açores e, depois, mesmo junto ao Cabo Finisterra, em 09out, tendo provocado bastante precipitação e vento em Portugal Continental. Houve queda de árvores e duma grua, prejuízos na agricultura, etc.; Nos Açores, a depressão subtropical Patty passou sobre o arquipélago, no primeiro fim-de-semana de novembro, com bastante precipitação e algum vento. Dissipou-se antes de chegar ao NW da Península Ibérica.
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Nota: o ano de 2020 bateu o recorde (que era de 2005) de ciclones tropicais nomeados: 30. Curiosamente, Portugal Continental foi atingido por um deles e a Madeira por outro. Os Açores, com maior probabilidade de serem afectados, sofreram alguns leves efeitos de um, já como depressão pós-tropical - (Na descrição acima, estão realçados a vermelho os que afectaram o Continente).
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- Dados obtidos da Internet, principalmente de:
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- A seguir, imagem do Furacão Lorenzo (em 2019, a SW dos Açores):
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